Um pouco da minha história
GABRIEL GRECCO, nasceu em 1980 na cidade de Niterói-RJ, e trabalha em diferentes áreas, como artes plásticas, música, poesia e ilustrações. Formado em publicidade, foi também programador, onde no início dos anos 2000 criou o famoso site Tô Sem Banda, o levando duas vezes para ser entrevistado no Programa do Jô. Trabalhou como designer desenvolvendo capas de livros e discos para diversos artistas. À frente da banda Besouros Verdez, esteve como representante do Brasil no Asian Beats em Singapura. Como artista plástico ganhou uma individual no MAC Niterói e recebeu prêmios como: prêmio estímulo no salão de Abril de Fortaleza, primeiro prêmio no quarto salão de arte contemporânea de Niterói, menção honrosa na IFAC Miami e no prêmio Arte em Português da Kaleido. Com um olhar sempre atento a uma sociedade cada vez mais tecnológica, sua obra hoje se manifesta tanto nas imagens quanto nas palavras. Este é seu primeiro fruto literário.
Como surgiu Smartland
“A ideia de Smartland surgiu em 2018 a partir de um convite que tive de uma startup para criar uma atmosfera para venda de um produto infantil. O objetivo era criar um mundo lúdico que fosse atraente para crianças para que depois elas consumissem o produto final. Na época, a observação do comportamento da sociedade diante das redes sociais e tecnologias já fazia parte da minha pesquisa artística que eu abordava nas artes plásticas. Então pensei em criar um ambiente para jovens se questionarem sobre o tempo que eles ficavam diante das telas e como a vida poderia ser mais interessante fora delas. A ideia foi crescendo e foi ficando difícil de vender para as empresas no Brasil que até se mostravam bastante interessadas, até que chegou a pandemia e a startup e nem o produto vingou mais. Mas a história continuava ali no meu computador e não saia da minha cabeça. Durante a pandemia continuei escrevendo. Às vezes ficava meses sem escrever e depois voltava com tudo, fui percebendo que não era mais uma história infantil e pegava um público mais adolescente e de jovem adulto. Muitas coisas fui acertando no meio do processo e readequando o que deixava ela cada vez mais interessante. Fui terminar de escrever Smartland apenas em 2023, e acredito que ao longo de todo esse tempo fui regando a história com muita paixão e carinho, temperando com elementos de sagas clássicas que acompanhei durante minha adolescência que vão de Star Wars, Senhor dos Aneis, De volta para o Futuro até Harry Potter, e também filmes como Conta comigo, Goonies, Depois de Horas e muitos outros das décadas de 80 e 90. Tudo isso influenciado com uma literatura clássica como Moby Dick e O Pequeno Principe dão a encorpada que eu precisava em Smartland.”
“Smartland é uma crítica ao sedentarismo e ao vício das telas principalmente pelos jovens, e convido os leitores para se questionarem sobre isso. Muitos adolescentes tem crescido e muitas vezes por ficar horas e horas presos em redes sociais e jogos online deixam de descobrir um talento que tem e às vezes não sabe e talvez nunca vão saber que tem pois nem ousou tentar por sedentarismo e procrastinação. Zieg, o personagem principal da história ao longo da trama vai descobrindo quem ele realmente é quando passa a viver em um mundo paralelo onde não tem uso de celular e passa afazer uso apenas das suas habilidades físicas e mentais. Vocês devem achar que eu sou um anti-tecnologia, que quero que todos voltem a viver nas cavernas, mas não. Muito pelo contrário.
Poucas pessoas sabem, mas já fui programador, estudei várias linguagens de programação, estudei também eletrônica e robótica. Eu amo tecnologia, minha geração vem de uma época em que sonhávamos em ver tudo isso que existe hoje em dia e até muito mais. Víamos tudo isso em filmes e ficávamos fascinados. Não sou contra a tecnologia, sou super à favor, só acho que em alguns pontos devemos nos questionar sobre o uso delas e nos reeducar diante das redes socias. A ética nas redes sociais tinha que ser ensinada não só em casa pelos pais mas também nas escolas para que tenhamos um mundo no futuro menos agressivo dentro e fora das telas.”